Quase 6 toneladas de resíduos Hospitalares geradas pós-vírus
Prevenir covid 19

Desde que se registou um caso de contaminação do COVID-19 na Região Autónoma da Madeira, os resíduos hospitalares do grupo IV, onde se inserem os materiais com o vírus, aumentaram exponencialmente. Nas últimas duas semanas, ou seja, entre o dia 16 e o dia 30 de março, a Água e Resíduos da Madeira (ARM), contabilizou um total de 5,68 toneladas deste tipo de lixo. 

Se analisarmos os dados, no mesmo período de 2018 e 2019 registou-se 1, 94 e 2,2 toneladas respetivamente, o que comprova que existiu nestas últimas semanas mais do que a duplicação de resíduos hospitalares do grupo IV e que se deve à chegada do COVID-19 à Madeira.

Os resíduos hospitalares do grupo IV são de incineração obrigatória, pelo que são todos rececionados nas Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) em contentores de uso único, que por sua vez são acondicionados em contentores marítimos refrigerados e encaminhados para tratamento adequado por incineração em Portugal Continental. Recorde-se que o sistema de autoclavagem recentemente implementado pelo Governo Regional na Madeira, e que permite a Região poupar 500 mil euros por ano, faz o tratamento de resíduos hospitalares até o grupo III.

A Secretária Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Susana Prada, relembra, contudo, que o cuidado na gestão deste tipo de resíduos deve ser também aplicado na recolha dos resíduos urbanos, pelos trabalhadores da ARM, mas igualmente pela população que deve adotar mais cuidados no manuseamento do lixo, de forma a não colocar em risco a saúde pública.

Reconhecimento profissionalismo dos trabalhados da ARM

Relativamente aos profissionais da ARM ligados ao setor dos resíduos, mesmo com a Madeira parcialmente parada, fechada em casa e a recorrer a teletrabalho, estes continuam a sair de casa para trabalhar. Estes serviços são essenciais e não vão parar. Daí que a governante aproveita o momento para publicamente «agradecer o seu profissionalismo e reconhecer o esforço extra que este momento difícil exige por parte destes trabalhadores, agora mais duro pelo receio de contágio».

Para garantir a proteção da saúde pública e dos trabalhadores envolvidos nas operações de recolha e tratamento de resíduos e, em simultâneo, controlar os fatores de disseminação da doença e contágio por Covid-19, Susana Prada alerta a população para os cuidados que devem ser tidos em consideração, sobretudo aos resíduos domésticos produzidos pelos doentes confirmados ou suspeitos de terem contraído o vírus e por quem lhes presta assistência. Assim, explica a secretária regional, «os sacos devidamente fechados devem ser colocados dentro de um segundo saco, devidamente fechado, e serem depositados no contentor de resíduos indiferenciados. É importante passarmos esta mensagem: os sacos do lixo devem ser colocados dentro dos contentores, cujas tampas se devem manter fechadas (para evitar que os animais rasguem os sacos e espalhem o lixo, à procura de comida). Nunca se deve abandonar os sacos fora dos contentores, muito menos à porta das casas, porque potenciam a propagação da doença».

255 trabalhadores da ARM afetos ao serviço dos resíduos

O quadro de pessoal da ARM no sector dos resíduos é composto por 255 pessoas. Com a exceção dos colaboradores operacionais, também estão diversos colaboradores em casa a efetuar teletrabalho, assistência aos filhos ou devido a doença crónica. Não obstante, todo o serviço definido para esta fase está a decorrer normalmente, sendo que os trabalhadores se distribuem pelos serviços operacionais de recolha, de transferência, de triagem e de tratamento final (ETRS), bem como, todos os respetivos serviços de manutenção.

Para este período, a ARM montou 3 equipas de desinfeção (1 na zona leste, 1 na zona oeste e 1 no Porto Santo), as quais estão permanentemente no terreno a desinfetar os contentores públicos de deposição de resíduos e de pontos de recolha dos municípios aderentes.

Em termos de recursos, a ARM tem, neste momento, em operação permanente 38 viaturas no serviço de recolha e 10 viaturas de transferência, bem como 4.694 contentores de deposição de resíduos,

Em termos de estações de tratamento, a ARM mantém em operação o Centro de Processamento de Resíduos Sólidos do Porto e a Estação de tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra, as quais têm capacidade para assegurar o adequado tratamento de todos os resíduos sólidos urbanos produzidos na RAM, bem como o de todos os resíduos hospitalares do grupo III. A ARM mantém ainda a receção de vidro reciclável, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), pilhas e acumuladores na Estação de Transferência da Zona Leste, os quais serão encaminhados para a reciclagem.

Diminuição das taxas de reciclagem

Susana Prada esclarece que perante a dificuldade ou a impossibilidade de garantir a desinfeção dos resíduos recolhidos seletivamente e as condições de quarentena exigidas para a gestão dos resíduos, as quais não garantem totalmente a segurança no manuseamento dos mesmos, obrigou a ARM a suspender a triagem manual dos resíduos recolhidos, e consequentemente a recolha dos mesmos, salvaguardando assim a segurança de todos os trabalhadores, principalmente os 40 afetos à triagem, e de terceiros, através da redução do risco de propagação do vírus. «Haverá, portanto, uma natural diminuição das taxas de reciclagem neste período, uma vez que as circunstâncias obrigam a incinerar todo o lixo», antevê a governante.

Medidas Preventivas – COVID-19

Regras para a Deposição de Resíduos

Durante esta fase de pandemia, apelamos para que toda a população cumpra com 5 regras para a deposição do seu lixo doméstico, sobretudo em caso de infeção, suspeita de infeção ou de quarentena.

  1. As máscaras, luvas e lenços de papel devem ser colocados no lixo normal.
  2. lixo contaminado não pode ser reciclado, deve ser colocado no contentor do lixo normal:
  • Qualquer pessoa infetada ou com suspeita de infeção deve colocar o seu lixo em dois sacos, um dentro do outro, bem fechados;
  • Estes sacos não devem estar cheios, nem compactados;
  1. Colocar os sacos do lixo sempre dentro do contentor. NUNCA os abandonar junto ao contentor, pois potencia a propagação de doenças.
  • Se o contentor estiver cheio, deve esperar que este fique disponível ou utilizar outro contentor mais próximo.
  1. Não abandonar resíduos verde e monos – colchões, sofás, móveis, eletrodomésticos e outros materiais que não cabem nos contentores.
  • Em fase de pandemia o serviço de recolha destes resíduos não é prioritário.
  • Se fizer arrumações em casa, deve aguardar pelo fim desta fase para se desfazer destes resíduos.
  1. Ficar em casa e manter a higienização dos baldes e zonas do lixo. Proteger sempre as mãos e lavá-las após todas as operações com o lixo.

Desta forma, ajuda a prevenir a propagação desta doença, protegendo os trabalhadores que asseguram a recolha e tratamento de resíduos todos os dias, contribuindo para a saúde pública da população da Madeira e Porto Santo.

Cuidados com os resíduos em caso de infeção ou suspeita de infeção:

medidas prevenção

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